17/04/10

Vermelho

Segundos os meus cálculos, no dia 25 de Abril é bem possível que existam dois desfiles vermelhos na Avenida da Liberdade.

9 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

O da Prada e o da Rosa & Teixeira?

Anónimo disse...

Primeiro de Maio Vermelho & Negro! " O povo sabe de ciência certa que sem uma profunda Revolução Económica e Social,e antes que se tenha constituído como proprietário colectivo do Capital e de todos os instrumentos do Trabalho, não existirá nem Liberdade nem Bem-Estar ".M. Bakounine. OC VII.Champ Libre.1979. Niet

Manuel Vilarinho Pires disse...

Se não sabe o povo, sabia Bakounine por ele...
Infelizmente, sempre que o povo "se tenha constituído como proprietário colectivo do Capital e de todos os instrumentos do Trabalho", não existiu "nem Liberdade nem Bem-Estar".
Se sem isso não se conseguem e com isso também não, a vida do povo deve ser uma grande seca!
Ou, pelo menos, a dos que se consideram iluminados na ciência (certa) da felicidade e do bem-estar do povo.
Agora, sejamos sérios: Bakounine pecou ao chamar de ciência certa a uma mera especulação, infundada, mas que nunca tinha sido antes desmentida por factos.
Dizê-lo agora, com a esmagadora carga de factos a desmenti-lo, é intelectualmente desonesto, não é?
Entre ter a Prada a escolher as cores da nossa roupa e iluminados a escolher as cores das bandeiras que nos fazem felizes, venha o diabo (de Prada) e escolha...

Miguel Madeira disse...

MVP,

E quando/onde é que o povo se constituíu como proprietário colectivo do Capital e de todos os instrumentos do Trabalho"?

Manuel Vilarinho Pires disse...

Nas diversas experiências de comunismo que foram feitas ao longo do Séc.XX?
Receio que a resposta lhe possa ter passado pela cabeça antes de formular a sua pergunta, pelo que provavelmente não a considerará satisfatoriamente esclarecedora, mas é o melhor que se pode arranjar...

Miguel Madeira disse...

Nessas diversas experiências o proprietários dos instrumentos de trabalho era o Estado.

Anónimo disse...

Caro sr. Vilarinho Pires_ Assistiu/ leu à " Comuna " do Blogue Cinco Dias que o animou de Dezembro a finais de Fevereiro pp? Onde se discutiu tudo o que agora o preocupa? Ou partilha daquele pesadelo- que Henri Lefebvre analisa tão superiormente no "Modo de Produção Estatista ", 3 volumes - em torno do " Estado-patrão e proprietário, portanto Estado omnipresente, Estado-todo-poderoso, Estado omnisciente. O controlo político funciona sem tréguas,a todos os niveis da hierarquia, tanto pelos sindicatos como pela escola e a universidade, pelos ignorantes como pelos sábios, na vida social objectiva como nas consciências subjectivas ". Desde a perspectiva da Grécia do séc. V, explicada e retomada ao mestre J-P. Vernant, até ao "Novo Estado Industrial " , de J.K. Galbraith e a vários economistas e historiadores franceses da mais pura água, o grande Lefebvre pode ser muito útil para todos nós, ok? Niet

Manuel Vilarinho Pires disse...

O Estado era o proprietário de todos os activos económicos nos sistemas comunistas, ou experiências, se preferir designá-los assim, sugerindo que poderia haver alternativas de comunismo que funcionassem melhor.
Como uma holding, ou um fundo de investimento, de que os accionistas, ou os mutualistas eram "o povo".

Mas seria possível haver alternativas que funcionassem melhor?
Será possível conceber um modelo de gestão para "todos os instrumentos de trabalho" por todo "o povo" que não passasse pela constituição de entidades que representassem os seus accionistas, em quem eles delegassem a responsabilidade pela gestão dos seus activos?
Pelo que fazia nos regimes comunistas o Estado?

O problema do comunismo não está na implementação, mas no modelo.
Na ilusão de que uma economia planificada pode funcionar melhor do que uma economia de mercado com agentes com liberdade de perseguir os seus interesses individuais tendo como limite os que colidem com os interesses dos outros.
Tal como o puritanismo desconfia da liberdade de costumes e receia ou tem a certeza que ela conduz à desagregação social, o comunismo desconfia da liberdade de exercício de actividades económicas.

Na verdade, morreu um sistema que era de raiz inimigo da liberdade!
Paz à sua alma...

Anónimo disse...

Sr. M. Vilarinho Pires: Eu tentei responder a V. Excia. E o facto de (eu) citar Bakounine não invalida(va) a perspectiva e o contexto do desenvolvimento da luta de classes e do combate ao capitalismo.O recurso a Lefebvre- creio que um dos últimos grandes livros que escreveu:" De l´État"-sinalizava a abertura de uma perspectiva para o papel do Estado e da Economia numa fase de transição para o Socialismo, a sociedade sem classes e sem propriedade privada. Ora, o sr. MV Pires deambula por outros rumos e tenta aplicar esquemas do capitalismo empresarial a uma realidade- Modo de Produção estatista - que resultou da destruição das teorias da mais-valia e do valor-trabalho que estão na base da sociedade de exploração capitalista. Querer formular, na base da teoria do valor, um modelo de economia socialista, é tão absurdo como querer formular um modelo de direito socialista baseado no direito burguês, para retomar a célebre fórmula empregue por K. Marx na Crítica do Programa de Gotha...Portanto. sem usar a violência verbal de V. Excia, eu quero sinalizar, tão- só,os equívocos e a contradição fundamental em que ocorre: " Para ultrapassar a ideia de propriedade privada, o pensamento comunista chega amplamente. Para ultrapassar a propriedade privada real, é necessária uma verdadeira acção comunista".in K Marx,C. Economia Política. Niet