18/05/10

O acessório e o vital

Jornalismo e jornalistas não interessam para o caso e mais valia o Daniel Oliveira ter estado calado em vez de meter entropia à custa de querer ser guardião de segredos de polichinelo.
O que interessa, sim, é que o Miguel Portas vença esta batalha, a sua batalha. Portanto e apenas: Força, Miguel!
E, por favor, poupem nos penduricalhos das prosas fáceis de indignação, denúncia, combate e luta por tudo e por nada. Há momentos que se devem reservar apenas para a solidariedade e o respeito.

(também publicado aqui)

10 comentários:

Joana Lopes disse...

Explica lá isso melhor, João. De que acusas exactamente o DO, neste caso? O próprio M. Portas vem a falar da doença publicamente, pelo menos desde ontem, antecipando-se até ao 24h. Ora lê aqui.

João Tunes disse...

Então porquê aquela investida contra o 24h?

Miguel Cardina disse...

João, foi o Miguel Portas quem primeiro se insurgiu contra a "notícia" do 24 horas, lá no facebook. Explicando que "apenas" está a beneficiar daquilo que todo e qualquer cidadão beneficiaria recorrendo ao serviço nacional de saúde. Daí a indignação com o texto. Primeiro dele, depois de pessoas que o conhecem muito bem, como é o caso do Daniel Oliveira. Mas estou contigo na definição do essencial: que o Miguel Portas recupere e rápido!

Anónimo disse...

É claro que jornais e jornalistas não interessam nada.

Mas só pode dizer isto quem não pensa em situações que podem perfeitamente ocorrer (ocorreu uma com Ângelo Veloso).

Suponhamos que o Miguel e os seus mais próximos tinham decidido ocultar dos seus filhos a sua súbita doença por razões que ninguém de fora se pode atrever a julgar.

Mas que, entretanto, a caminho da escola, um deles olhava para o «24 horas» numa banca de jornal ou que, outra hipótese, recebia a notícia por um seu colega que tinha visto a manchete do pasquim.

Coisa sem nenhuma importância estão a ver não estão? e hipótese que, como se calcula, é motivo bastante para deixar em paz os jornais e os jornalistas.

Joana Lopes disse...

Acrescento ao que o Miguel C. escreve, esta outra razão dada pelo próprio M. Portas: «Durante 15 dias muitos jornalistas souberam e respeitaram.»
Julgo que é também contra o facto de o 24h ter furado este silêncio que o DO se insurge.

Daniel Oliveira disse...

Respondendo no mesmo tom, e se não me levares a mal, talvez também não fosse mal saberes do que falas antes de escreveres, caro João Tunes. Sobretudo quando escreves sobre assuntos um pouco mais delicados que a mera polémica politca.

Os desejos de melhoras e a força que o Miguel precisa (e tem tido), sendo amigo como sou, faço-o pessoalmente desde o primeiro dia.

O que escrevo na Net é sobre a parte pública, que me chocou a mim, aos amigos e ao Miguel: a violação da sua privacidade. O resto, pelo menos para mim, fica para a intimidade da amizade.

Por isso, ler uma tentativa de polémica pública sobre este tema incomodou-me um pouco. Mas vamos em frente, que há coisas mais importantes na vida.

Ficando a nota: a opinião do Miguel sobre a necessidade de escrever o que escrevi é relevante. A tua não.

Ana Cristina Leonardo disse...

joão tunes, concordo inteiramente consigo.

João Tunes disse...

Disparaste sem razão, Daniel Oliveira. O teu post não foi correio correio privado entre ti e o Miguel. Publicitaste, publicamente e em impulso de palco, uma indignação perante uma violação de privacidade, publicitando não só a indignação como, por arrastamento e em exibição de solidariedade, o acto condenável em si. Portanto, a meu ver, juntaste uma caramunha a um mal. Isto enquanto o Miguel Portas ainda não venceu a doença, a batalha mais importante e que toda a gente decente espera que ganhe com força para ele regressar à sua vida e á luta. As indignações têm os seus tempos e não devem desvalorizar o valor e a importância do pudor. Caso contrário, são exibições públicas de afectos. Sobre "assuntos um pouco mais delicados que a mera polémica politca".

vmcdias2007@gmail.com disse...

Desta vez, com sincera cordialidade e se perguntar não ofende :

- se o «24 horas» não tivesse feito a primeira página que fez (e que é visível em todas as bancas de jornais) e se o Daniel Oliveira não tivesses escrito o «post» que escreveu, acaso o João Tunes teria vindo, por sua exclusiva iniciativa como é de ver, quebrar ele «o segredo de Polichinelo» e concentrar-se no essencial - ou seja os votos de rápidas melhoras do Miguel ?

Então...

Daniel Oliveira disse...

João Tunes, o Vítor Dias disse tudo mais claro do que eu.

Quanto ao resto, as minhas prioridades não estão baralhadas. O que motivou o meu post não o essencial, porque o essencial é privado, não se manifesta é posts.