25/11/10

De Livrão a Aldrabão (2) - uma glosa à boleia de Ruy Belo

Assim como uma memória reatada a partir do post do Luís.

Soneto Superdesenvolvido

É tão suave ter bons sentimentos
consola tanto a alma de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem


Por isso se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor dar esmola que beber a laranjada
Consola mais assim viver no meio de muitos pobres
que conviver com gente a quem não falta nada


E ao fim de tantos anos a dar do que é seu
independentemente da maneira como se alcançou
ainda por cima se tem lugar garantido no céu
gozo acrescido ao muito que se gozou


Teria este (se não tivesse outro sentido)
ser natural de um país subdesenvolvido

Ruy Belo, Homem de Palavra[s], Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1969.

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