25/01/11

Descendo às trevas do socratismo profundo

Interessante a leitura do futuro político próximo feita pelo Zé Albergaria:

José Sócrates só se interessa pelo poder "real", executivo, para fazer coisas: o Governo.
Quando arrebatou o PS, por desistência de Ferro Rodrigues, o "meu" SG, tinha isso muito claro.
Contudo no processo eleitoral apercebeu-se (recordem-se que Sócrates disputa, pela primeira vez, o cargo de SG, contra quem?: contra João Soares, pela primeira vez apoiado publicamente pelo pai e contra Manuel Alegre...).
O eng.º logo percebeu que precisava, se queria controlar o PS, "matar" os "soaristas" e os "alegristas".
Como o fez? Hoje já estamos no domínio da história. Já temos respostas objectivas.
Em 2006, contra muita gente, apoiou Mário Soares para disputar a presidência a Cavaco Silva.
Nesse mês de Janeiro enterrou, em definitivo, o "soarismo".
Comprou João Soares com cargos de prestígio, mundo fora.
Desde 2008 que está Presidente da Assembleia Parlamentar da poderosa OSCE, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. Nestas eleições, de 2011, João Soares apoiou inequivocamente Manuel Alegre. A sua irmã Isabel Soares apoiou, inequivocamente, Fernando Nobre. A chamada tendência João Soares, que fazia um almoço por ano e contavam com, entre outros, o edil de Almodôvar, António Saleiro...deixou de jantar.
O pai, Mário Soares, ficou, com a candidatura a Belém em 2006, completamente socratisado.
Leia-se o artigo de hoje e entende-se o apodo.
Alegre, e os alegristas, foram, agora, a 23 de Janeiro de 2011 completamente enterrados.
Os alegristas foram liquidados nas últimas eleições legislativas: nem um integrou as listas, nem o próprio Alegre. O poeta de Águeda trocou isso pela candidatura à presidência em 2011.
Tal como em 2006, Sócrates não só não se empenhou, como não fez nada para contrariar a inércia partidária, nas respectivas campanhas dos seus "candidatos", Soares e, depois, Alegre.
Sócrates não cometeu erro de espécie alguma.
Ao contrário.
Vai ao próximo Congresso do PS e saí, novamente em ombros e SG.
Vai a eleições, se for o caso, antecipadas, contra Passos Coelho e...chama-lhe um figo, até que pode ser algarvio.
Depois, bem depois, temos de alinhar os Presidentes da República, pós 1976 com os governos de então.
Ramalho Eanes não conta.
Mário Soares conviveu e sovou os governos do Professor de Boliqueime, mas este aguentou 10 anos.
Jorge Sampaio conviveu com os governos de Guterres...durante seis anos. Dois anos com Durão/Santana e os restantes já com José Sócrates.
Este leva já cinco anos de "cooperação" com Cavaco Silva...e vai continuar.
O único Presidente atípico neste "desalinho" partidário é mesmo, e só, Jorge Sampaio.
Pode fazer-se leitura mais fina, mais aprimorada, mas o que conta é o que está à vista: Sócrates "escolheu" candidatos para perderem...não para lhe causarem problemas a partir de Belém.
Vai uma aposta: - José Sócrates será Primeiro-Ministro de Portugal até 2013, digo eu, aposto eu.
Porquê? Porque Cavaco Silva ganhou as eleições para mais um mandato de cinco anos.
Então, e só então, ver-se-á o que está em cima da mesa.
O discurso de Pedro Passos Coelho, na noite eleitoral aí está para o ilustrar


(publicado também aqui)

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