26/01/11

Empresariados no ensino privado à pala do Estado

Manuel António Pina, no JN:

Mas os colégios querem mais, e, ontem, dirigentes de alguns deles, arrastando consigo pais e crianças (há notícia de casos em que as crianças que não foram a essa e a outras manifestações promovidas pelos colégios tiveram falta), depositaram caixões junto do ME, querendo com isso simbolizar a "morte" do ensino privado... por ter que viver com o mesmo com que vive o ensino público. É a "iniciativa privada" no seu melhor: sempre a clamar contra o Estado e, ao mesmo tempo, sempre a exigir subsídios e apoios.

Diz a ministra que o Estado não deve contribuir com dinheiro dos contribuintes para as piscinas, o golfe e a equitação de alguns colégios privados, e é difícil não lhe dar razão.

Mas talvez esta fosse boa altura para, finalmente, o ME ir mais fundo e apurar o destino que é dado em alguns desses colégios aos dinheiros públicos. Saber, por exemplo, se todas as verbas destinadas aos professores chegarão ao seu destino ou se, em certos casos, o Estado não andará a financiar, afrontando a Constituição, um ensino abusivamente selectivo e confessional, onde os professores têm, de novo só por exemplo, que "participar na oração da manhã na Capela".

(publicado também aqui)

2 comentários:

M. Abrantes disse...

Há aqui numa questão de timing.

Não gosto de escolas privadas que seleccionam alunos, mas funcionam com dinheiros público.

Gosto ainda menos de governos que desfazem acordos a meio dos anos lectivos, sem precaver se há turmas que tenham que mudar de professores pelo facto de os professores que com elas trabalhavam serem despedidos.

Se tal acontecer, é mais uma nada surpreendente marca de vergonha na miserável política de educação desta esquerda venenosa que trama Portugal.

CN disse...

Também se poderia dizer:

o Estado vive "à pala" do contribuinte (incluindo por intermédio dos colégios).

Depois, para devolver aquilo que colecta como imposto diz que não pode ser gasto em colégios onde alunos façam uma pequena oração, porque isso fere "não-sei o-quê", (ah já sei, a Bíblia secular)?