16/02/12

Hamza Kashgari

No dia do teu aniversário, direi que gostei em ti do rebelde, que foste sempre uma fonte de inspiração para mim, e que não gosto do halo de divindade que te rodeia. Não rezarei por ti.


No dia do teu aniversário, encontrar-te-ei em qualquer lado para onde me vire. Direi que gostei de certas coisas em ti, que há outras que odiei, e muitas que nunca compreendi.


No dia do teu aniversário, não me inclinarei diante de ti. Não beijarei a tua mão. Apertar-ta-ei antes, como se faz entre iguais, e sorrir-te-ei como tu me sorris. Falar-te-ei como a um amigo, não mais.

Pode ler-se aqui que, devido a estes três tweets considerados blasfemos, publicados no dia 4 de Fevereiro último, na véspera do dia celebrado como sendo o do aniversário de Maomé, Hamza Kashgari, um jovem autor de crónicas e escritor saudita corre o risco de prisão perpétua, ou de condenação à morte.

A história passa-se na Arábia Saudita, como ontem, hoje ou amanhã, se passou, está em risco de passar a qualquer momento e passará, no Irão. Pelo menos, se as coisas continuarem por este andar, como parece que tende a ser o caso. Conclusão provisória: que, entre os dois, escolha o diabo ou quem está pronto a vender-lhe a liberdade, a igualdade e a justiça — esse "primeiro tema da reflexão grega", no dizer de Sophia.

E, enquanto o vaivém da patada da besta não lhe chega, quem não saiba de meios melhores, pode visitar esta página da AI — e dar o nome ao manifesto.

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