24/05/12

Esquerda livre?

Depois de ouvir estas declarações de Cohn Bendit sobre a Grécia, em que desfere um violento ataque contra a Syriza, lamento muito, de novo, que o Rui Tavares tenha optado por sair do Grupo da Esquerda Unitária (onde poderia ter continuado rompendo com o Bloco de Esquerda na mesma) para integrar o grupo dos Verdes. Lamento pelo Rui, que estou certo que não concorda com as declarações do seu líder de bancada, e lamento ainda mais por mim, já que o meu voto de há uns anos foi parar, está visto, (pelo menos 1/3 dele, já que os outros 2/3 continuam bem entregues à Marisa Matias e, agora, depois da morte do Miguel, à Alda Sousa) a este lado nenhum de coisa nenhuma a não ser si próprio (é incrível que num momento destes Cohn Bendit esteja mais preocupado com o resultado dos ecologistas gregos do que com um braço-de-ferro tremendo em que se decide o futuro de todos nós!). Talvez o Rui vá a tempo de emendar a mão ou de simplesmente constatar que nestas circunstâncias não faz sentido continuar a ser eurodeputado no grupo dos Verdes. Tal como ontem o Rui decidiu sair do grupo do Bloco, creio que hoje deveria fazer o mesmo em relação aos Verdes. A esquerda livre, cujo manifesto não assinei por razões que poderei explicar mais adiante (mas que no fundo se resumem ao facto de eu não tomar por iguais os "inconsequentes" e os "moles", para utilizar a linguagem do manifesto) também passará por aqui, pelo despojamento, por antes de mais sermos livros de nós próprios, por mais relevante que o Rui julgue que seja o seu papel enquanto eurodeputado (e é possível que seja) no sentido de mudar o actual estado de coisas.

1 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo José Neves: O DC-Bendit limita-se no video a defender o seu( dele) hiper-realismo político, que se manifesta por uma chamada de atenção para as exorbitantes e inverosimeis promessas eleitorais do SyRIza, nomeadamente, o salário mínimo proposto para 1300 Euros e o boicote da moratória da troika. Ele diz, com razão, que o corte com a troika dispara o fim das tranches do empréstimo...o que quer dizer, real e efectivamente, que passaria a ver um colapso ou bancarrota total ...o que impediria qualquer salário mínimo. Sabemos que os salários gregos, por outro lado, foram reduzidos em margens de 30 a 50 por cento e que o desemprego estrutural ronda os 30 e tal por cento.Tudo coisas muito complexas e incontornáveis que desfazem a demagogia de qualquer super bem intencionada promessa... Como sublinhou Pannekoek, " os partidos podem viver de promessas e de programas mas as classes sociais são movidas
por paixões e sentimentos mais profundos ". Salut! Niet