15/10/12

Opção de classe

Nos últimos dias, o governo foi divulgando as medidas com maior impacto do Orçamento de Estado para 2013. Pretendia determinar quais gerariam maior oposição, de modo a poder recuar antes que fossem oficializadas. Hoje, o governo decidiu, sem surpresa, que afinal não vai ser aplicada a sobretaxa de 4% de IRS aos rendimentos de mais-valias mobiliárias, operações relativas a instrumentos financeiros derivados, relativas a warrants autónomos e certificados. E já se sabia que também não seria aplicada sobre os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias, nomeadamente dividendos e rendimentos de aplicações financeiras, como os juros de depósitos a prazo ou dos certificados de depósito e rendimentos de títulos da dívida. Vai ainda manter-se a cláusula de salvaguarda relativamente à actualização do IMI. Um imposto particularmente odiado à Direita, porque penaliza a propriedade. Os grandes senhorios respiraram de alívio. Entre o Capital e o trabalhador, independente ou por conta de outrém, do sector privado ou funcionário público, este governo sabe sempre de que lado está. Quem disse que não havia alternativa? Existe, somos nós.

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