06/10/14

As greves na China e o espectro da revolução


 
Em 2010, uma vaga de greves de trabalhadores migrantes percorreu as fábricas exportadoras da costa leste da China. Essa luta provocou aumentos salariais generalizados e despoletou um debate à escala global acerca do fim do modelo de trabalho barato. Ao longo dos últimos vinte anos, esse modelo transformou a China na "linha de montagem do planeta". Irá isso alterar-se agora? A agitação urbana e rural colocou o capital chinês e estrangeiro, bem como o Partido Comunista, sob pressão. O regime está a reestruturar o aparelho repressivo e de controlo social para assegurar o seu domínio. Os processos de migração e proletarização alteraram as vidas das pessoas. Abriram novas oportunidade, incluindo para as mulheres. As condições de vida melhoraram, mas os trabalhadores (e os camponeses) na China esperam muito mais. Que formas assumirão as suas lutas? Como é que são organizadas? E poderão elas conduzir a uma transformação fundamental a nível político e social, na China e não só?

Ralf Ruckus é um investigador independente de assuntos laborais e passa a maior parte do seu tempo na Alemanha, Polónia e China. Colabora com o colectivo Gongchao (http://www.gongchao.org/) e traduziu, editou ou escreveu diversos textos acerca da condição e das lutas dos trabalhadores migrantes, questões de género e processos de composição de classe na China, em publicações como Sozialgeschichte-Online, por exemplo. Co-traduziu e editou livros como Beverly Silver: Forces of Labor. Workers' Movements and Globalization since 1870 (2005); Pun Ngai/Li Wanwei: dagongmei. Female Workers From China's World-Market Factories Tell Their Stories (2008); Pun Ngai, Ching Kwan Lee et al.: The Second Generation Takes Off – Migrant Labor, Gender and Class Composition in China (2010); Pun Ngaiet al.:   (2013); e Hai Ren et al.: Strikes in the Pearl River Delta – Workers's Resistance in China's World-Market Factories (2014).


6 de Outubro  18h00
Sala Multiusos 2, piso 4, Edifício I&D, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Av. de Berna, 26)
Grupo: Poder, ideias e cultura

[O seminário decorrerá em inglês/the working language will be English]

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