20/03/15

VIDAS NEGRAS IMPORTAM – 21 de Março no Largo de São Domingos



O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial assinala-se em memória do massacre de Sharpeville, cometido pela polícia do regime do apartheid sul-africano, no dia 21 de Março de 1960. Neste dia, 20.000 negros protestavam pacificamente contra a lei do passe em Joanesburgo, quando a manifestação foi violentamente reprimida pelas autoridades, que assassinaram 69 pessoas e feriram 180.
Meio século depois, continuamos a resistir à criminalização e ao extermínio da juventude pobre e negra, que não escolhe nacionalidade. Em Ferguson, São Paulo, Soweto, Aguablanca ou Lisboa, pessoas negras desarmadas, são as principais vítimas da violência de estado através da ação das suas polícias, com a conivência da sociedade civil que não reconhece esta tragédia.
Neste dia de luta, 21 de Março 2015, lembramos as vítimas mortais de racismo e violência policial em Portugal – KUKU, PTB, Musso, Teti, Angoi,Tony, Snake – e recordamos a injustiça da justiça portuguesa, que ao invés de honrar as suas memórias e proteger as suas famílias ilibou os agentes perpetuadores destes crimes.
Também, estamos na rua, para exigir justiça para com os nossos irmãos torturados na esquadra de Alfragide, no passado dia 5 de Fevereiro. Não admitimos que os bairros onde vivemos sejam territórios de exceção do Estado de Direito, onde a polícia espanca e dispara contra pessoas indefesas.
Por tudo isso, reivindicamos:
- o fim imediato das operações policiais do C.I.R. (Corpo de Intervenção Rápida) nos bairros;
- criminalização dos atos de tortura e de ódio racial, tornando-os crime público com as penas tipificadas no Código Penal.
- a demissão do comandante e agentes envolvidos nos atos de tortura ocorridos na esquadra de Alfragide; que violaram claramente os direitos de liberdades e garantias dos cidadãos e cidadãs que vivem nesta comunidade.
21 de Março de 2015, a partir das 16.00
no centro de Lisboa, Largo de São Domingos,
contra o racismo institucional
Porque as Vidas Negras importam,
seguimos lutando contra as estruturas que
produzem e favorecem o racismo e a discriminação racial

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